Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Lembra?


Eu lembro.

E em lembrança, no meu acordado sonho, te vejo sempre em meio ao azul.
Nunca te toco, te sinto como cor.
Índigo.
Céu.
Meu esperar.
Meu anseio e minha urgência atrasada.
Minha intimidade, meu segredo e minha ferida.
Tu.
Meu sentir dormente. Meu mais gritante silêncio.
Não sinto mais saudade, sinto apenas a ausência como porta fechada de uma vida cheia de esperar.
Continuo aqui. e tu, perto do mar.
Azul aqui de ti longe. E perto de onde estás, azul de tanto mar.

Azul de tanto amar, desbotado de esperar.


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