Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

segunda-feira, 13 de abril de 2015

O quanto pode ser longa uma espera

Quando apenas sentir já não basta
Quando o que falta  é o toque da alma que está longe
Quando o mar está mais perto de ti do que de mim
Quando acordo e sinto tua falta
Quando sei que  te buscar não é mais uma opção
Quando te quero mais que tudo  (e não posso querer )
Quando espero e os dias são longos

Quando o sentimento é uma ausência ( apenas para não falar de amor, porque sem tua presença isso se perde e não quero que sobre outra coisa que não seja o próprio AMOR. )




Decadente


O tempo que temos não nos pertence
Somos feitos de nossas ausências
Sentimos tudo o que nos foi negado
Permanecemos em completo estado de torpor
Somos a parte escura de nossas próprias histórias
Somos o que nos falta

( Ainda resta algum tempo antes de conseguir perceber que morrer é apenas um detalhe que talvez tenha sido esquecido nesse espectro de vida. O frio por trás dos ossos é latente e serve para aportar a dor de uma alma cansada e velha. Por sorte a memória das mãos também é muito vaga e os olhos que antes dormiam em potes de água agora demoram mais para acordar. Ainda resta algum tempo, mesmo que não se saiba o que fazer com isso.)