Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Monólogo


A insônia sempre chega, nunca falha. Me olha como se minha insanidade perante ela fosse de uma pureza imaculada.

Por que estás aqui?
És monstruosa de insensibilidade.
Te odeio tanto que acabo por confundir-te com minha própria loucura.
És minha loucura, noturna.
És tão tola. Não percebes que posso deixar-te cega?
Por que não desistes? Por que não te aquietas?
Queres me levar mais o que? Onde queres chegar?
Por que conversamos?
És muda, e, feia.

(  estranha, nunca tranca a porta quando entra, chega sem avisar e vai embora quando bem entende, fala sozinha e nunca toma chá. És definitivamente uma louca a vagar pelas madrugadas, insolente e mal vestida. )

Quem falava, eu ou tu?






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