Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

domingo, 15 de dezembro de 2013

Maresia


E era como se todo aquele mal que o corroía por depois dos ossos lhe escorresse em lágrimas grossas, do mais puro sal. O verde que permanecia na retina agora era líquido, descia lento e morno sobre a pele seca e envelhecida, traçando uma linha triste.
Quando a maré sobe sempre arrasta consigo mais do que se pode ver de alguma janela distante.
Assim seria mais um verão.

Ainda assim estaríamos com frio por causa das roupas molhadas.
O sal sempre machuca. 
E a palavra que prevê a lágrima também.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Coloque uma margarida nessa pulseira, vou gostar.