Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

sábado, 28 de setembro de 2013

Ame o que é seu - Emily Giffin


O que mais gosto na literatura de Emily Giffin é que os personagens parecem ser nossos velhos conhecidos, gente simples, mas nunca de vida simplória. Os dilemas são colocados de maneira tão autêntica. É sempre uma boa leitura, quando se quer desopilar.
Esse romance gostei especialmente por causa do tema: escolhas e suas consequências. Passado e futuro sempre juntos. 

O último trecho do último capítulo achei bastante carregado da sentimentalidade charmosa que o livro passa:

"(...) No presente, eu fecho os olhos conforme o avião ganha velocidade na pista e decola para alcançar os céus. Eu perdi o medo de voar -  pelo menos não me sinto mais tão mal quanto antes - mas meu coração ainda dispara, com a velha e conhecida ansiedade, misturada às lembranças do passado. Essa é a única ocasião em que o Leo ainda me vem à cabeça. Talvez por conta daquele voo noturno que dividimos ao voltar de Los Angeles. Talvez porque seja possível olhar para baixo e identificar o prédio dele da minha janela, o lugar onde o vi pela última vez, há exatos um ano e um dia.
      Desde então, nunca mais nos falamos. Eu não retornei nenhuma de suas ligações. Nem mesmo quando enviei a ele as fotos de Coney Island, incluindo a que tirei dele na praia. Cheguei a pensar em lhe dizer algo. Acrescentar um bilhete. "Obrigada... Sinto muito... Vou te amar para sempre."
      Tudo verdade - continua sendo, aliás -, mas melhor que ficasse assim, por dizer. Da mesma forma que decidi não confessar ao Andy o quanto estive próxima de perder tudo. Em vez disso, guardo aquele dia só para mim, como um lembrete de que o amor é uma soma de nossas escolhas, o vigor do nosso compromisso, o laço que nos une. Feliz comigo mesma que amo tudo que é meu."



(perfeito para ler no início da primavera, em um final de semana chuvoso, ouvindo Ronan Keating.)





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