Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

domingo, 21 de abril de 2013

Diário de uma bipolar


Comprei esse livro em um sebo virtual. Acho um assunto interessantíssimo e muito atual. Em tempos de moda, inclusive comportamental, a bipolaridade já esteve um pouco mais em voga do que agora, e mesmo assim continua sendo considerado " chique " ser bipolar. ( coisa de estigma ou a mais completa falta de informação).

Cineastas como Coppola, Tim Burton e Lars Von Trier, os atores Elisabeth Taylor e Jim Carrey, e os cantores e compositores Tom Waits, Robbie Williams e Axl Rose sofrem de trastorno afetivo bipolar. Salvador Dali , Marilyn Monroe e Elvis Presley também eram bipolares, mas em sua época, a doença era equivocadamente chamada de psicose maníaco-depressiva. A atriz Carrie Fisher - a princesa Leia de Guerra nas Estrelas - escreveu um livro sobre o assunto, The Best Awful, onde relata suas vivências. 

Mas enfim sobre o livro: 

Mariana W. faz um relato muitas vezes bem humorado sobre sua relação com a patologia, conta em detalhes como a doença a influenciou durante muitos anos até encontrar o equilíbrio. Em uma narrativa sincera e carregada de autenticidade leva o leitor a conhecer um pouco mais desse universo entre a fase da mania e da depressão profunda.

Mariana relata que sofreu muito até aceitar sua condição. Perdeu convívio com pessoas amigas, prejudicou a educação de seus filhos, passava muito tempo ausente. Tudo isso alternado com períodos em que simplesmente não podia levantar da cama. Uma vida completamente dominada pela doença.

Pedro Bial escreveu um texto sobre o livro, o título é uma Dor inominável, ele cita:

" Quando alguém tem uma gripe, uma dor de barriga, uma costela quebrada, não há dúvida: procura-se um médico, toma-se aspirina, vitamina c, purgante, busca-se o conforto dos mais próximos. Os males da alma, as afecções mentais, não - através dos tempos. foram matéria para varrer para debaixo da trama neurótica familiar. Só hoje, no alvorecer do século XXI, o preconceito, o obscurantismo e a ignorância começam a perder terreno para a luz e a tolerância. Graças a livros como este, que aborda de maneira honesta e acessível a questão do parecer psíquico, da tortura emocional. "

Mesmo com a seriedade do tema, não é um livro triste e muito menos uma leitura " parada". Um livro para ler em poucos dias.




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