Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

domingo, 31 de março de 2013

É que Adeus é uma palavra grande demais




No fundo eu sabia que com a mudança da estação e a chegada dos dias mais frios o enveludamento dos recentes sentimentos finalmente poderia ser traduzido em letras.

Penso que deves estar pintando as paredes da sala agora, cores claras e  enquanto providenciavas uma lâmpada provavelmente tenhas pensando em nós, na verdade tive receio de que simplesmente a tenhas trocado, sem lembrança alguma. Esse me é um sentimento bastante forte. O esquecimento, ou a insignificância de tudo que planejamos.

Nos sonhamos tantas vezes; ainda parece o mesmo tempo; ainda parece termos o tempo que nos demos. Tudo parece intacto. Não nos vivemos.

Talvez não estejas pintando a parede de uma cor clara, pode ser que tudo estivesse do teu agrado e nada tenha sido mudado. Acho que não saberei. Imaginei um piso de parquet, quase consigo te sentir.

Continuo usando fones, mesmo sem música; Ainda existe algo de ti nos tons das madrugadas. Muita coisa sobrevive ao que acaba.

Mas acabar não é  verbo bonito. 




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Coloque uma margarida nessa pulseira, vou gostar.