Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

terça-feira, 12 de março de 2013

A indiferença dos dias iguais


Os relógios não giram na madrugada, ficam fixos olhando os movimentos dos insones. Repetições. Uma noite funda, marcas nos rostos. Passos no assoalho velho, estalos. Cenários com cortinas abaixadas, grossas, espetáculo por dentro. É uma demora e talvez seja apenas um não ter o que esperar das manhãs. Não sentir quando o dia chega, não sentir o dia. Sem desculpas, longos. Vertigem. Quando não tenho bolsos fico sem saber o que fazer com as mãos, falta abrigo. A chave não tranca a porta, nunca é seguro. Quanto tempo será necessário dormir para acordar e não ser mais hoje?



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