Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

sábado, 29 de dezembro de 2012

Sobre o que se aprende, ou não


Tudo é tão circular que causa vertigem. Pensar que evoluímos enquanto aprendemos e crescemos começa perder a coerência e é chegada a época dos balanços. Com o advento das redes sociais agora esses diários são públicos e repetitivos. Melhoramos? Não sei. Crescemos? Sim, parece que muito, mas não necessariamente evoluímos; Tomara que todos aqueles escritos escancarados em janelas sorridentes tenha algum fundo de verdade, e principalmente aportes. De minha parte, começo achar engraçado ( para tentar usar outra palavra ao invés de Estranho ). Algo sempre muda. Comecei a pensar sobre o fato da evolução ser considerada um acúmulo de experiências. Só posso falar sobre a minha própria, e em relação à isso me sinto confortável quando avalio pela direção contrária. Algo me apontava outro caminho, minha curiosidade jamais deixaria passar. Bela surpresa. O verdadeiro só começou acontecer quando comecei largar as experiências acumuladas e, soltando amarras, esvaziando malas, libertando antigas crenças, buscando ser apenas mais leve. Tudo que tinha foi avaliado e devidamente encaixotado e etiquetado, tomando rumos diferentes (obrigatoriamente), nada ficou no lugar antigo. Quero crer na individualidade sempre, no dentro pra fora. Certo que isso não será certo para todos, acho  bonito e um descanso  para a filosofia. Agora com espaço aberto para tudo conseguir respirar, acredito ser a evolução não a soma, mas o desapego de todas as experiências, com avaliação e aprendizado, mas sem acúmulos. Com as mãos vazias e um coração pleno em saber dar, muito mais do que esperar receber. Não quero ter a limitação de  esperar ser um ano novo para me libertar do que me incomoda ou para fazer vontades. Não quero anos novos, quero dias inteiros e, só. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Coloque uma margarida nessa pulseira, vou gostar.