Nestes dias em que a obra de Clarice Lispector ganha os Estados Unidos, em traduções extremamente cuidadosas, com elogios de Almodóvar e Pamuk, parece que finalmente o enigmatico mito da literatura brasileira começa ocupar seu devido lugar na história da literatura mundial.
Clarice, uma biografia ( lê-se Clarice vírgula. A vírgula depois do nome é uma referência ao estilo da autora, que adorava esse sinal gráfico) escrito com maestria por Benjamin Moser, nos revela a verdade bonita e natural por trás do mito que por muito tempo esteve velado.
Confesso que biografias sempre me são leituras massantes, e essa, apresentou-se como uma linda a agradável surpresa. Moser nos faz viajar pela infância sofrida e traumática, da escritora nascida na Ucrânia e ainda em criança trazida ao Brasil. Não gostava de ser citada como estrangeira. Clarice sempre fez questão de declarar-se brasileira.
Sua adolescência no norte do Brasil. Sua maturidade dividida entre o Rio de Janeiro e suas longas temporadas de moradas internacionais por conta de seu casamento com um diplomata. Em um relato cheio de fatos históricos do cenário político brasileiro e mundial, Moser nos insere na realidade do cotidiano em que vivia Clarice enquanto escrevia cada texto.
A leveza nas palavras, a clareza do texto, a paixão do autor pela escritora (no sentido de admirar) faz dessa biografia uma obra especial. Digna de uma das maiores escritoras do século XX, e me atrevo a dizer que coloca Benjamin Moser como grande divulgador das Obras de Clarice no cenário mundial.
As 468 páginas resumem 05 anos de pesquisa de Moser e vale cada linha da leitura. Altamente recomendável aos amantes de boas leituras.
* Faz um tempinho já que li esse livro por indicação de um querido e culto amigo. Achei oportuno citar essa semana por conta da grande divulgação internacional que as Obras de Lispector estão tendo. Sou grata à feliz indicação! :)
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Coloque uma margarida nessa pulseira, vou gostar.