Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A morte de Ana


Ana morreu.
De dor adoecida, de vida esquecida.
Foi uma morte simples, só morreu, sem mais explicações.
Sem complexidades.
Naquele momento, Ana era a morte de uma vida vazia, morte autêntica, sentia-se bela.
Uma palidez natural buscava o azul.
Era um passeio estar ali morta, uma pausa.
Ana sorria enquanto a morte esfriava.
Não chorou porque à esperava.
Não festejou porque à  respeitava.
Morte branca, leve, partida sem bagagens.
Era libertador não respirar, a tensão desaparecia da face.
Sem se despedir Ana morreu naquela tarde.

( e agora podia viver em paz )

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