Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Diversidade

     

    Não entendo uma porção de coisas. A primeira é o fato de imaginar que eu tenha que entender tudo. E na maioria das vezes não entendo nada.
     Mas algumas coisas me intrigam realmente. Não entendo como alguém pode achar gosto de alguma coisa em um sorvete de creme. Sorvete de creme não tem gosto de nada, é só uma coisa gelada, cremosa e sem emoção, será essa a intenção dele? Só passar a sensação gelada e cremosa?
    Não entendo como alguém pode chamar aquele pãozinho de padaria de cacetinho. Nossa, eu até parei de comprar, porque chegava no balcão e pedia; - Moça, por favor dois daquele ali óh, o mais branquinho. E sempre nessa hora, independente da padaria que seja, mercado, armazém, qualquer lugar mesmo, a " moça " grita; - Ah, dois cacetinhos. ( A compra do pão transformava-se em algo broxante ) .
    Nunca entendi as noivas que ainda casam-se de branco, enquanto  os noivos usam preto. ( Pelo menos eles são sinceros ). 
   E comer aquelas conchinhas escuras, mariscos. Jura que alguém come aquilo porque é bom?
   Assistir reality show. Quem disse que aquilo é realidade? Ultimamente não entendo como alguém assiste o que quer que seja que passa na televisão. Conheço um homem que morre de medo de sapo, e adora carne de rã, entende isso? E quem mente que gosta, só para não estar sozinho, não está sozinho? 
   Tem uma coisa que eu queria muito entender, que é a seguinte mistura: Sol, muito sol, água salgada, areia quente, gente estranha, cachorros, caipira e crianças; assim mesmo, tudo junto. E nem vou acrescentar as comidinhas típicas. ( aqui no sul, os hospitais sempre ficam muito distante do local onde essas combinações todas acontecem. ) E o povo tem medo da mistura de manga e leite. Pode?
   É estranho imaginar que as pessoas são universos, que vivem na horizontalidade, mas que são seres  únicos e especias no meio de suas diferenças. Diferenças que fazem pessoas destacarem-se por detalhes. Por pequenas coisas. Entendamos ou não, a imperfeição é o mais próximo da perfeição que chegaremos...



  


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