Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Branco




Não acredito em verbos conjugados no passado, não acredito em gente calada, em linearidades, muito menos em certezas ou verdades.
Não acredito no vazio e nem no verão.
Não creio em bolo com glacê e nem em pudim de pão, coisas muito doce no geral não são confiáveis, bacias de plástico e saleiros são estranhos.
Se um recado está pendurado em uma colher de pau deve ter um assunto duvidoso, às vezes não.
O vinho pode te surpreender e a vida te decepcionar algumas vezes.
Não acredito em gente que grita e não acredito nas distâncias, não acredito em telefones também.
A distração é algo bom, porém não confiável.
A esquerda é mais antiga que a direita, e a contra-mão é instigante.
O raciocínio lógico é inacreditável e a diferença dos segundos nos anos levam muito tempo para  formar um minuto, isso não deveria ser uma preocupação.
As folhas mortas ainda criam vida e alguma pessoa viva cria morte em seu pensamento supostamente vivo.   O tempo é algo que engana e o relógio mente demais.
O agora já não existe e a luz das estrelas é muito antiga, é uma luz que não está mais lá, mas eu acredito nela.
As promessas são esquecidas e novas são juradas todos os dias.
Os encontros são desencontros de outros encantos e o doce fica bonito em palavras.
A chuva nunca mente e o vento é amigo, mas é muito fácil perder a chave...





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Coloque uma margarida nessa pulseira, vou gostar.