Aqui é onde a terra se despe
e o tempo se deita..

(Mia Couto, A Varanda do Frangipani)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Onde


E eu nem poderia falar de amor, nada sei sobre ele.
Imagino ser algo para os fortes.
Forte suficiente para admitir suas fraquezas.
Forte para aceitar ser derrotado vez ou outra.
Forte para chorar.
Forte para esquecer.
Forte para quando tiver que lembrar.
Uma vez eu o vi.
Ele esteve na minha frente...( Mas é preciso algo além da força )

                                      E o que será que acontece com o amor que fica?



Um comentário:

  1. "A criação vem da imperfeição. Parece ter vindo de um anseio e de uma frustração. É daí, eu acho, que veio a linguagem. Quero dizer, veio do nosso desejo de transcender o nosso isolamento e de estabelecer ligações uns com os outros. Devia ser fácil quando era só uma questão de mera sobrevivência. "Água". Criamos um som para isso. "Tigre atrás de você!" Criamos um som para isso. Mas fica realmente interessante, eu acho, quando usamos esse mesmo sistema de símbolos para comunicar tudo de abstrato e intangível que vivenciamos. O que é "frustração"? Ou o que é "raiva" ou "amor"? Quando eu digo "amor" o som sai da minha boca e atinge o ouvido de outra pessoa, viaja através de um canal labiríntico em seu cérebro através das memórias de amor ou de falta de amor. O outro diz que compreende, mas como sei disso? As palavras são inertes. São apenas símbolos. Estão mortas. Sabe? E tanto da nossa experiência é intangível. E, ainda assim, quando nos comunicamos uns com os outros e sentimos ter feito uma ligação, e termos sido compreendidos, acho que temos uma sensação quase como uma comunhão espiritual. Essa sensação pode ser transitória, mas é para isso que vivemos."
    (Waking Life)

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Coloque uma margarida nessa pulseira, vou gostar.